domingo, 10 de julho de 2016

Metade do caminho.

Olá, pessoal!

Julho de 2016, férias, quinto semestre encerrado. Fiquei esse tempo todo sem postar nada pois realmente tenho tido que otimizar muito meu tempo. Quem acompanhou minhas postagens sabe que eu dedico MUITO tempo aos estudos, pois não possuo a facilidade que alguns colegas possuem (tem gente que estuda apenas na semana de provas, por exemplo). Mas isso tem me dado bons resultados: mais um semestre sem nenhuma reprovação =)
E eu, então, cheguei na metade do "caminho". Meu curso tem um período de conclusão ideal de 10 semestres, e eu acabei de terminar o quinto deles. Isso na verdade é relativo, pois ainda terei que fazer estágio, mas me deixem ser feliz, ok =D ?

O semestre passou VOANDO e o próximo semestre provavelmente passará ainda mais rápido, pois farei uma quantidade maior de matérias do que fiz neste semestre, e algumas delas serão BEM complicadas. O projeto de iniciação científica que eu estava desenvolvendo está praticamente terminado (sua duração era de um ano), e em agosto irei apresentar os resultados do trabalho no SIICUSP ( Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP ). A apresentação dos resultados da pesquisa realizada é obrigatória para todos os bolsistas do programa, então lá estarei eu com o pôster do meu trabalho resumido, hehe ! (detalhe: ainda tenho bastante dificuldade de falar em público, então fiquei MUITO aliviado quando soube que a apresentação do trabalho seria em formato de pôster e não como apresentação oral com slideshow).

Bom, queria dar essa resumida rápida de como foi meu semestre. Irei iniciar um novo projeto de iniciação científica, dessa vez em uma área que tenho muito mais interesse, estou bastante empolgado. Falarei mais sobre isso em um futuro post.

O que quero trazer para vocês nesse post é a seguinte matéria:

Aluna de escola pública formada em Harvard

Esta matéria não tem o teor clássico do tipo "Olhe só, ela conseguiu se formar em Harvard então você também consegue". A realidade é diferente. Muitas vezes eu disse aqui nas postagens que "se eu consegui, vocês também conseguem". O esforço pessoal, sem dúvida, é uma parte muito importante para se conseguir progredir e conseguir algo melhor na vida, mas somente isso realmente não é suficiente. Temos que ter oportunidades. E as oportunidades não costumam nos convidar para entrar e tomar uma xícara de café. Então nós devemos ir atrás das oportunidades, saber reconhece-las, flertar com elas, agarra-las. A minha oportunidade foi ter meus pais aqui no Brasil para que eu tivesse uma estrutura mínima pra colocar meu "plano" em prática, e eu soube aproveitar isso. Ah, como eu soube.

Então se você está aí no Japão, trabalhando em fábrica e descontente com isso, pense que o fato de você possuir familiares com quem possa contar aqui no Brasil talvez seja a sua oportunidade de mudar o rumo de sua vida. Apesar de o Brasil como nação estar de pernas para o ar, eu acredito que vir pra cá e cursar uma boa universidade é, sem dúvida, uma escolha promissora. Vá atrás de algo que você goste, de algo com o qual você se imagine trabalhando e com gosto ;)


Um abraço à todos!



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Auto-limitação: criando fronteiras

Olá pessoal!

Estou aqui, de férias, com meus fones de ouvido escutando "Hello" da Adele (essa música gruda), e comecei a refletir sobre o tema desse post. Comecei a pensar o quanto esse cara aí (ou será ela?) já me atrapalhou, me fez enxergar mais dificuldades do que realmente existiam em determinadas situações, ou mesmo onde elas sequer estavam presentes. Já devo ter dito aqui que sou uma pessoa pessimista, ainda que eu tenha superado as expectativas esperadas para pessoas que possuem essa característica. Mas quantas coisas será que nós acabamos deixando de lado por nos auto-limitarmos?

O maior problema da auto-limitação é que ela realmente funciona. Eu não imaginava onde era capaz de chegar porque eu realmente me limitava, me impunha fronteiras e acreditava cegamente que estas eram intransponíveis. Será que você não faz isso também? Dê uma analisada no assunto. Costumo falar aqui direcionado diretamente aos dekasseguis (trabalhadores brasileiros no Japão), mas o que tenho escrito serve para todos. E uma boa maneira de vencer isso, ou pelo menos diminuir o poder dessa prática inconsciente na sua vida, é se superar em algo. Como? Não sei ao certo, mas "mergulhar de cabeça" para atingir algum objetivo me soa como uma boa técnica. Isso é como quando se começa a fazer academia: você vai percebendo os resultados e assim alimenta a sua força de vontade. 

Quando eu estava no final do primeiro semestre da faculdade, fiquei algumas noites praticamente sem conseguir dormir, pois eu não havia ido bem nas primeiras provas do semestre (as famigeradas P1), e estava achando que ia reprovar na maioria das matérias. Comecei a pensar se eu de fato iria conseguir prosseguir com o curso. Gastei energia mental, fiquei deprimido, dormi mal. Tudo atoa. Passei em todas as matérias naquele semestre. Na realidade, vou iniciar o quinto semestre da faculdade (terceiro ano) e, até agora, possuo apenas uma reprovação. Eu não tive uma base de estudos forte, não tive tempo de consolidar o que eu precisava para poder cursar as matérias que eu estou cursando. Confesso que tenho mais dificuldade do que muitos dos meus colegas, mas eu compenso isso com empenho.

Pois é, é difícil de evitar os clichês..com empenho você acaba conseguindo. Mas se você tiver preguiça, aí já é assunto para um outro post, pois essa talvez seja ainda pior do que o tema deste aqui.

Um abraço !

domingo, 17 de janeiro de 2016

Blog abandonado também comemora aniversário!

Olá pessoal!

Pois é, este blog minguado está comemorando 1 ano de aniversário (na verdade é amanhã, dia 18 de Janeiro). Este foi um ano de muito estudo pra mim, assim como deve ter sido de muito trabalho para vocês aí no 日本. O Brasil entrou numa crise terrível, muita corrupção e dólar nas alturas, enfim, confesso que minhas perspectivas foram abaladas com tudo isso. Mas vou continuar firme e forte, me esforçando e dando o meu melhor, pois ainda não tenho dúvidas de que, nesse mundo que vivemos hoje, é só e somente só com uma boa formação naquilo que você gosta que é possível ter uma vida realmente boa (salvo algumas exceções, claro).

Vou dar um exemplo que me fez perceber o quanto estamos em um mundo competitivo, com pessoas muito bem preparadas:

 No final do ano passado, me inscrevi para um processo seletivo para fazer um estágio de férias em um banco de investimentos, chamado BTG Pactual (isso, esse mesmo que teve o diretor preso na operação Lava Jato, haha!). Ah, a prisão dele ocorreu depois que eu participei do processo seletivo :P. Pois bem, a primeira etapa foi uma triagem de currículos (em que o RH seleciona os currículos que foram recebidos e que eles julgam melhores/mais apropriados), depois a segunda etapa foi um teste online (tipo uma prova de matemática e lógica, em ingles), e a terceira etapa foi uma dinâmica de grupo na sede do banco. Eu fui até a terceira etapa, e realizei a dinâmica de grupo no banco. Fui numa sexta-feira, de manhã,e deviam ter umas 40 pessoas mais ou menos (naquele dia, no total foram cerca de 2 mil inscritos).


Sede do banco em São Paulo (no mesmo prédio da sede do Google :P)


A dinâmica constituiu em uma apresentação pessoal de cada um (com duração de 3 minutos cada), na qual você deveria resumir sua história, e responder as perguntas "Por quê o mercado financeiro?" e "Por quê o BTG Pactual?". Eu estava bastante nervoso, afinal era a primeira vez que eu participava de algo desse tipo (no Japão as "entrevistas" de emprego não tem nada a ver com um processo desse, né). A conclusão que tirei dessa parte do processo é que o pessoal estava EXTREMAMENTE preparado. Galera bem nova, geralmente com pouco mais de 20 anos (eu era o mais velho lá), e falavam muitíssimo bem. A maioria já demonstrava ter um bom conhecimento de mercado financeiro e do banco. Eu fiquei bastante impressionado.

A segunda etapa da dinâmica foi o que eles chamam de Case (caso). Fomos separados em grupos de 5 pessoas, e foi distribuído um "Case" para cada grupo, com uma "historinha" de um caso, para o qual tiínhamos 20 minutos para discutir, e depois cada grupo tinha 5 minutos para apresentar a solução para o caso. Eu fui melhor do que eu esperava nessas duas partes da dinâmica, consegui falar razoavelmente bem, sem "travar" nem nada, hahaha (tenho dificuldade de falar em público).

Não fui chamado para as outras etapas da dinâmica, e realmente eu nem deveria ter sido, pois havia pessoas muito mais preparadas do que eu lá. Mas foi uma grande lição para mim ter participado disso, pois eu consegui perceber bem como é o mundo atualmente. As pessoas estão, sim, muito preparadas. Acho que posso fazer uma analogia com a distribuição de renda: existe muita gente pobre, extremamente pobre. Porém os que são ricos são absurdamente ricos, então se você quer disputar riqueza, você vai ter que ser MUITO rico. No mundo dos negócios, da mão de obra altamente especializada, é a mesma coisa. Por isso, meus amigos, se vocês almejam uma vida melhor, vocês TEM que estudar. Tem que se especializar, estar sempre se atualizando, pois o mundo é dinâmico, ele se move, tudo está em constante mudança. Se nossos ancestrais competiam por alimento, aprimorando cada vez mais a lapidação de suas lâminas e melhorando suas ferramentas, hoje as pessoas fazem pós-graduação, mestrado, doutorado. Só vai ter um lugar ao sol aquele que estiver mais bem preparado e, afinal, sempre foi e sempre será assim.

Espero conseguir fazer posts com mais freqüência, e também que consiga estar inspirando alguém a buscar por algo melhor na vida =)

Que a força esteja com vocês!

sábado, 27 de junho de 2015

Estudos não tão organizados assim

Olá pessoal!

Final de semestre chegando, últimas provas semana que vem, sabem o que a palavra "férias" significa pra mim? Significa algo como "posso acordar meio dia sem peso na consciência por não ter estudado! HAHA". É mais ou menos isso :P

Bom, neste post vou resumir a forma como estou organizando meus estudos desde que entrei na faculdade. Diferentemente de quando eu estava estudando para o vestibular, agora existem muitas outras coisas que preciso fazer, não é apenas estudar a matéria dada em aula. Tenho trabalhos para fazer, relatórios para escrever, sou membro do Centro Acadêmico do meu curso, enfim, o tempo tem que ser bem administrado mesmo. Particularmente acho que o ideal é tentar estudar cada tópico de cada matéria no dia em que tal assunto foi discutido em aula, porém não tenho conseguido fazer isso. No fim das contas os assuntos a serem estudados ficam de certa forma acumulados, tem sido difícil evitar isso =/

Em matérias como Cálculo, Física, Química, meu método de estudos é basicamente a resolução de exercícios. Muitos. Entender bem a lógica por trás das muitas fórmulas, equações e teoremas é obviamente importante, e conforme eu resolvo exercícios esse entendimento vai ficando mais completo. Além disso, não se pode deixar uma coisa importante de lado, que é ir bem nas provas e PASSAR nas matérias, né! As provas dessas matérias não fogem muito de um certo modelo, que é baseado em exercícios que são meio que "padronizados". Portanto a resolução dos muitos exercícios existentes nos livros serve também como uma forma de pegar a "manha" desses exercícios. Assistir à aulas no YouTube, onde é possível encontrar excelentes explicações, também continua sendo um método que utilizo.

Meu curso não possui muitas matérias que sejam mais teóricas (acredito que seja assim com quase todas as engenharias), mas com este tipo de matéria eu procuro fazer resumos e focar nos conceito-chaves. Este semestre estou fazendo Química Inorgânica, que é uma dessas matérias. Fiz resumos das aulas e dos capítulos de livro que tratam do assunto das mesmas. Acho que é uma boa forma de reter os pontos principais. Além disso, resolver listas de exercícios dos professores é, com certeza, uma ótima forma de estudar e inclusive de se preparar para as provas, pois existe grande chance de a prova conter coisas muito parecidas com àquelas presentes nas listas.
Enfim, apesar da eficácia de um método de estudo ser de certa forma algo pessoal, acredito que o que eu disse aqui pode servir pra maioria das pessoas ;)!

Não me considero uma pessoa que tenha muita facilidade com essas matérias exatas (que são uma dor de cabeça pra muita gente), por isso eu realmente estudo bastante. Talvez você, que está aí trabalhando numa fábrica e começou a pensar na idéia de estudar, entrar numa faculdade, tenha muito mais facilidade do que eu =)!
Não existe uma "receita" que vá funcionar para todos, porém a força de vontade com certeza é um ingrediente necessário em qualquer uma delas. Se você estiver decidido e com seu foco bem definido, encontrará a forma de estudos que melhor se encaixa ao seu perfil.

E é isso! Quero deixar aqui também um conselho: não pense que você não é capaz. Eu sou uma pessoa EXTREMAMENTE pessimista, e hoje vejo como isso já me prejudicou. Eu não acreditava em mim, quando comecei a cogitar a possibilidade de voltar a estudar eu mesmo me impunha mil e uma dificuldades. Não faça isso. Se você pretende buscar algo melhor para seu futuro através dos estudos, busque. Não coloque obstáculos, não ache que não é pra você.

Um abraço a todos!


domingo, 14 de junho de 2015

"Aluno de graduação em Engenharia Física - Universidade de São Paulo - USP"

Olá pessoal!

Vou começar esse post com uma imagem que resume tudo o que foi dito até aqui:




Essa foto é do dia da minha matrícula na Universidade de São Paulo. A primeira carteira de estudante que é entregue é provisória, pois a confirmação de interesse em ficar com a vaga conquistada é feita no final do semestre (junho).
Bom, e o que muda sendo agora um estudante universitário?Mais precisamente, um estudante da Universidade de São Paulo? Bastante coisa. Após conquistar a USP, sem dúvida é possível conquistar o mundo, como está escrito no folheto que é entregue no dia da matrícula. Mas como a primeira conquista, a segunda também demanda muito esforço, dedicação e empenho.

Vou explicar como funciona o meu curso (Engenharia Física), mas acredito que muito do que vou dizer aqui deva valer para muitos outros cursos da USP. O curso de Engenharia Física é dividido em semestres. O total de semestres ideal para sua conclusão é de 10, ou seja, 5 anos. "Ideal" aqui significa que, para concluir o curso neste tempo, você deve cursar todas as disciplinas sem "repetir". O tempo máximo para conclusão do curso é de 15 semestres, o que significa que, se neste intervalo de tempo desde seu ingresso você não concluir o curso, você será "jubilado"(expulso da faculdade, por assim dizer).
As matérias do curso são divididas em "créditos". Vou tirar a definição de crédito do próprio site da USP:

"Crédito é a unidade correspondente às atividades exigidas do aluno. As atividades relativas às aulas teóricas, aos seminários e às aulas práticas têm seu valor determinado em crédito-aula. Cada crédito-aula corresponde a quinze horas-aula"
Além disso, existe a obrigatoriedade de se concluir os "créditos-trabalho", que são relativos à iniciações científicas (irei fazer um post sobre isso), participação em eventos realizados pela Universidade, entre outros. Resumindo, o curso possui um total de 3735 horas em créditos-aula, além de 750 horas de créditos-trabalho (dos quais 360 são relativos ao estágio obrigatório). É bastante coisa, acreditem em mim.
Ao realizar a matrícula na faculdade, você ja é automaticamente matriculado nas matérias do primeiro semestre. No meu caso, foram as seguintes:




Como vocês podem ver, a carga horária das matérias é contada como créditos. 28 créditos no semestre significa, de forma resumida, que eu tinha 28 horas de aula por semana. Pensem nas 3735 horas de aula necessárias pra conclusão do curso... =P
Do segundo semestre em diante você deve realizar as matrículas em cada matéria por si mesmo. Existe uma certa "liberdade" na escolha de de suas matérias,. Por exemplo, apesar da matéria Química de Materiais ser uma matéria do segundo semestre do meu curso, eu poderia ter optado por não fazê-la no segundo semestre, ou seja, não me matricular. Porém, essa liberdade é relativa mesmo, uma vez que a matéria TEM que ser cursada para que se conclua o curso. Além disso, existem os "requisitos" de matéria. Não é possível cursar Cálculo II se você não se matriculou e passou em Cálculo I, por exemplo. O curso inteiro funciona desta forma: deve-se ter passado em uma matéria "X" para que se possa cursar a matéria "Y". Daí vem uma grande pressão para não repetir as matérias, uma vez que repetir em uma matéria pode significar um atraso em seu curso.
Com relação à notas (coisa muito importante, haha): a média em Engenharia Física (e na maioria dos cursos da USP) é 5,0. Grande parte das matérias é avaliada com duas provas, as famigeradas P1 e P2. A P1 é a prova realizada no meio do semestre, e a P2 no final. Se sua média das duas provas for superior à 5,0, corra pro abraço. Se estiver entre 3 e 5, ainda tem tempo de recuperar: você poderá realizar uma prova de recuperação, e a média da sua média anterior + nota da recuperação deve ficar maior ou igual a 5,0. Se a média das suas provas P1 e P2 for inferior a 3,0, dançou. Você pegou DP(dependência), ou seja, repetiu. Existem matérias que possuem outros quesitos na avaliação, como trabalhos escritos, apresentação de seminários, entre outros. Mas o que descrevi acima se aplica à maioria das matérias.

Esse é um resumo das suas "obrigações" dentro da USP. Mas ser estudante universitário não significa apenas cumprir com suas matérias obrigatórias, longe disso. Existem MUITAS outras atividades que podem ser realizadas, a saber: esportes, participar das entidades estudantis (como centros acadêmicos e empresas júnior), entre outras coisas. Acredito que aproveitar todas essas oportunidades dentro da universidade é muito importante, pois a construção do futuro profissional tem como base inicial o seu trajeto durante a graduação;. Eu, no momento, faço parte do Centro Acadêmico de Engenharia Física, e irei começar um projeto de Iniciação Científica provavelmente em agosto.
É possível perceber que a vida de estudante dentro da USP é bem agitada, né? O melhor disso tudo, a meu ver, são as perspectivas para o futuro. Eu não costumo ser uma pessoa muito otimista (quem leu meus outros posts já deve ter percebido isso), mas eu acredito que essa caminhada na graduação irá me abrir muitas portas, me proporcionar muitos bons contatos e um futuro promissor. Sempre penso no contraste que esse fato tem com minha antiga rotina no Japão: qual era a perspectiva lá? Quais eram as chances pro futuro? Pensem nisso =)!

No próximo post irei detalhar mais o meu esquema de estudos para "sobreviver" dentro da universidade, hehe!

Abraço a todos!








segunda-feira, 1 de junho de 2015

"Como eu vim parar na USP?" Parte final - Resultados

Olá pessoal! Desculpem a demora em dar continuidade ao post "Como eu vim parar na USP?", a faculdade está consumindo praticamente todo o meu tempo.. mas vamos lá ;) !

Bom, assim que terminei a segunda fase da Fuvest, que foi o último vestibular que faltava, tudo que me restava era esperar. Eu estava confiante em relação à Unesp e ao SISU, no qual me inscrevi em Engenharia na UFABC. Não tinha muita esperança de ter conseguido vaga nas outras universidades para as quais eu havia prestado (USP, UNICAMP e UNIFESP). A esta altura eu ja estava saturado, o último ano e meio da minha vida se resumira a estudar e ficar muito ansioso. Precisava de um descanso, e para isso, uni o útil ao agradável: Japão!

Em junho de 2014 iria fazer 3 anos que eu havia saido do Japão, e com isso o meu Re-Entry ( para quem não sabe do que se trata, veja aqui) iria vencer. Perder a data do Re-Entry significaria perder o visto permanente que eu possuía para o Japão, algo que eu não queria que acontecesse. Com isso, resolvi voltar para o Japão e esperar o resultado dos vestibulares por lá, assim além de matar as saudades que eu estava sentindo (dá pra imaginar né?), eu iria de certa forma "renovar" meu Re-Entry.
Enquanto eu programava a viagem para o Japão, a primeira boa notícia veio: passei na primeira chamada pelo SISU para a UFABC! O MEC havia liberado o resultado da primeira chamada dia 13 de Janeiro, e eu estava entre os selecionados. Senti uma imensa alegria com isso, pois agora sabia que, mesmo que não houvesse conseguido passar em nenhuma das outras faculdades públicas, uma vaga em uma universidade federal ja estava garantida =)
Minha viagem já estava marcada: embarcaria para o Japão dia 15 de Janeiro, e voltaria dia 31 do mesmo mês, e isso por um motivo: o resultado da Fuvest estava programado para sair no dia 2 de fevereiro, e eu obviamente queria estar aqui no Brasil quando isso acontecesse. Como eu tive que marcar minha viagem praticamente de última hora, e havia passado na UFABC, foi uma correria terrível para que eu me matriculasse na faculdade (a matrícula tinha que ser feita até o dia 21!). Ainda irei dedicar um post à isso. Deixei uma procuração para a minha mãe fazer a matrícula para mim, pois 2 dias depois de sair o resultado eu já estava embarcando para o Japão.

Ir para o Japão passar essas curtas "férias" foi realmente muito bom. Foi uma experiência diferente, mesmo após ter vivido metade da minha via lá. Passei a notar coisas que simplesmente passavam despercebido por mim, como o absoluto silencio dentro dos trens, a educação com a qual você é tratado em qualquer lugar que você entre, enfim, coisas do dia-a-dia que diferenciam o Japão da maioria do resto do mundo. Revi amigos de infância, comi muito e descansei bastante :P
Minha mãe me mandou fotos da UFABC de quando foi fazer minha matrícula, e uma foto da matrícula também, é claro. Ou seja, agora eu era oficialmente um aluno de graduação em uma universidade federal! Não é difícil imaginar o quanto isso significou para mim, depois de todo o esforço, finalmente estava vendo um resultado concreto.
Renovei meu Re-Entry no Japão, e como a lei havia mudado depois que sai de lá em 2011, agora a validade do Re-Entry era de 5 anos.
Passadas pouco mais de duas semanas, chegou a hora de voltar ao Brasil.. Nessa volta senti um misto de alegria e tristeza. Alegria por já saber de um resultado positivo, de saber que meus próximos anos seriam dedicados a trilhar um caminho promissor para o meu futuro. Tristeza por estar novamente deixando o Japão.
Como eu falei anteriormente, a Fuvest havia marcado para divulgar a primeira chamada do vestibular no dia 2 de fevereiro. Embarquei de volta no dia 31 para chegar no Brasil dia primeiro, e aguardar com uma ansiedade infinita esta chamada. Porém, ocorreu que a Fuvest decidiu antecipar essa divulgação, a qual foi feita no próprio dia primeiro! Enquanto eu estava voando, a primeira chamada do vestibular para a USP estava sendo divulgada, e eu obviamente não fazia a menor ideia disso.
Aterrizei no aeroporto internacional de Guarulhos na tarde do dia primeiro, uma tarde de verão com um calor infernal. Meus pais estavam me esperando no aeroporto, imagino como eles deveriam estar ansiosos.. =D

Apareci naquele corredorzinho onde todos esperam quem está chegando de viagem, e lá estavam eles. Fui empurrando meu carrinho com minhas malas tranquilamente, e minha mãe já veio toda eufórica em minha direção. Beijos, abraços, minha mãe diz:
- Vem cá, tenho uma coisa pra te mostrar!
Ok mãe, o que é?
- Olha aqui:
Ela me mostra o celular com uma tabela, aquelas letras pequeninas que são ruins de ler. Logo que eu vi não entendi muito bem do que se tratava, mas analisando com um pouco mais de calma, lá estava:

FUVEST - LISTA DE PUBLICAÇÃO - PRIMEIRA CHAMADA

E constava um nome familiar lá: PEDRO NOVAK NISHIMOTO

Sim, era isso mesmo: eu havia passado na primeira chamada para a Universidade de São Paulo! A ficha demorou um pouco para cair na minha cabeça. Havia acabado de chegar de uma viagem de mais de 30 horas, não tinha dormido quase nada no avião, estava "embriagado" de sono e cansaço. Eu realmente levei um tempo para digerir essa informação e me dar conta de que o meu objetivo inicial havia sido alcançado. Após isso, outros resultados vieram: UNICAMP, UNESP e UNIFESP. Eu havia passado em TODOS os vestibulares que prestara, na primeira chamada. Lembram que eu prestei o vestibular da FEI (faculdade particular) para Engenharia Elétrica, apenas para "garantir" caso não passasse em nenhuma das faculdades públicas? Pois é..eu não esperava que o resulado fosse tão positivo.

Bom, termina aqui minha série de postagens sobre como eu vim parar na USP, afinal, acho que já deu pra entender como né =)
Do próximo post em diante, irei falar sobre a minha rotina como estudante de Engenharia Física na USP.

Um abraço à todos!

quinta-feira, 12 de março de 2015

"Como eu vim parar na USP?" Pt.4 - Hora de ser testado!

Continuando então..(tá ficando longo heim =/)

O ENEM foi a primeira prova da lista de vestibulares que eu viria a realizar. Quando sua data já estava próxima (final de outubro de 2013), parei de fazer os simulados. Comecei a voltar para casa assim que a aula do cursinho terminava (12:50). Chegava em casa, almoçava e fazia resumo dos conteúdos estudados até então, além de continuar focando nas dificuldades, até mais ou menos às 8 da noite. Não vou negar, a essa altura eu já estava bem saturado, o ano havia sido extremamente puxado, além de toda a pressão psicológica que eu estava sentindo diante do que estava por vir.
Cerca de uma semana antes do ENEM eles enviam para cada um dos inscritos uma carta, com os dados sobre sua inscrição, local de prova etc. Apesar de não ser meu foco (pode-se utilizar a nota do ENEM para entrar em todas as faculdades federais do Brasil, como UFScar, UFMG, UFABC etc), minha ansiedade com essa prova estava batendo nas nuvens. Seria, afinal, a primeira prova DE VERDADE que eu iria realizar, a qual iria me dar o certificado de conclusão do ensino médio, além de ser a hora de testar o resultado de todo o trabalho árduo realizado até então.


Chegou então o dia da prova. O ENEM é constituído de 2 dias de prova, dos quais o primeiro versa sobre o que eles chamam de “Ciências Humanas e suas tecnologias“ e “Ciências da Natureza e suas Tecnologias“, as quais podem ser entendidas como História, Geografia, Física, Química e Biologia.
Meu local de prova era relativamente perto de onde eu estava morando, e meu pai me levou no dia da prova. Os portões são abertos uma hora antes do início da prova, e fecham EXATAMENTE no tempo que eles pré-definem. São clássicas as imagens de gente passando por baixo do portão fechando, ou mesmo chegando um segundo depois que estes fecharam. Nesse caso, só resta chorar. Tem que esperar o próximo ano, pois eles são intransigentes. Um segundo de atraso significa um ano de trabalho jogado no lixo. Como eu já sabia disso, fui precavido: cheguei ao local da prova mais de uma hora antes, por garantia. Abracei meu pai, ele me desejou “boa sorte“ (aqui entre aspas pois não se trata de sorte..), e logo vi que já havia uma boa movimentação no local. Minha prova foi em uma escola e estava fazendo um calor INFERNAL nesse dia. Fiquei do lado de fora esperando, e eu estava bastante nervoso. Entrei na sala faltando uma meia hora pro início da prova, e tentava de toda forma tranquilizar minha mente, pois um psicológico perturbado pode colocar tudo a perder.
O fato de eu ter realizado tantos simulados ao longo do ano me ajudaram bastante, pois apesar de não ser a mesma coisa que estar fazendo a prova PRA VALER, eles simulavam da melhor forma possível a atmosfera dos vestibulares. Eu ja tinha uma boa prática em relação ao controle do tempo, que é essencial em todos os vestibulares. No primeiro dia do ENEM, você tem 4h30min para fazer uma prova com 90 questões, cada questão possuindo 5 alternativas, das quais apenas uma é a correta. Façamos as contas: são 3 minutos para resolver cada questão. Trata-se de uma prova exaustiva, com enunciados longos, e que possui questões desde níveis bastante fáceis até outras extremamente complexas (estas em sua maioria na parte de interpretação de textos e exatas).

Os primeiros 15 minutos após o início da prova serviram apenas para eu me situar: lembro bem que li e reli a primeira questão VÁRIAS vezes, e quando eu olhava as alternativas, parecia que nem sabia do que se tratava. Eu estava MUITO nervoso, então esses primeiros 15 minutos serviram apenas para eu me acalmar e não por tudo a perder. Uma vez iniciada a prova, simplesmente não vi o tempo passar. Fiquei totalmente focado na resolução das questões, foi como se o mundo lá fora não existisse. Utilizei a mesma técnica que eu adotei nos simulados e que, para mim, funcionou bem: lia o enunciado duas ou no máximo três vezes, procurava eliminar as alternativas obviamente erradas e, se eu ficasse muito em dúvida ou não soubesse, passava para a próxima. Fiz a prova na ordem em que as questões vinham, sem escolher uma determinada matéria para iniciar. Dessa forma, repassei toda a prova cerca de 3 vezes, cada vez resolvendo as questões que haviam ficado para trás.
Ao terminar a prova eu estava exausto, com dor de cabeça, mas confiante. Tinha dito para mim mesmo que não iria corrigir a prova ao chegar em casa, pois no caso de ter ido mau isso poderia afetar meu desempenho no dia seguinte. O gabarito sai no mesmo dia, se não me engano às 20 horas.
O segundo dia de prova foi semelhante, porém este versa sobre “Linguagens, códigos e suas Tecnologias“, além de “Matemática e suas Tecnologias“, resumindo: Português, Literatura, Filosofia e Matemática, além da redação. Por causa desta última, o segundo dia de prova possui 5h30min de duração. Sim, é extremamente cansativo, e escrever uma redação nessas condições é um desafio. Novamente, ter escrito dezenas de redações ao longo do ano me ajudou muito, pois eu já estava com uma boa destreza em relação à isso. Fiz novamente a prova do mesmo modo que eu citei, e deixei a redação por último. Sai da prova de certa forma aliviado, havia sobrevivido ao meu primeiro grande teste!

Então, saiu o gabarito na internet e eu conferi: no total, 130 acertos, das 180 questões nos 2 dias de prova. Isso significa 72,2% de acertos totais, resultado que me deixou extremamente animado. O resultado da redação, que era de extrema importância, só viria sair quando o resultado final da prova saísse, com a pontuação de cada participante (no ENEM são é exatamente a quantidade de acertos que conta).
Segui então para os próximos vestibulares, que foram SEMANAIS. Ou seja, do final de outubro até o meio de dezembro eu prestei vestibular TODO fim de semana. No caso dos vestibulares (USP, UNICAMP, UNESP e UNIFESP), há a primeira faze e a segunda fase, apesar de algumas poucas diferenças entre cada um deles (não vou entrar em detalhes se não esse texto não acaba nunca :P).
O vestibular da FEI, que foi o único particular que eu prestei, possui apenas uma fase.

As provas dos vestibulares possuem um nível de dificuldade bem superior ao ENEM. A primeira fase da FUVEST, para mim, foi a mais difícil. Questões extremamente conceituais (90 delas), enunciados enxutos e diretos. Sem dúvida é uma prova que, para se sair bem, você TEM que estar com o conteúdo bem consolidado em sua cabeça. A primeira fase da UNICAMP possui apenas 48 questões, mas havia DUAS redações! Foi o único vestibular que eu fiz que tinha redação na primeira fase. A prova em si possui um nível de dificuldade inferior ao da FUVEST, mas as duas reações complicam tudo: o tempo simplesmente não é suficiente. Já a primeira fase da UNESP, que também tem 90 questões, tem um nível de dificuldade entre o da FUVEST e o da UNICAMP. O vestibular da FEI tinha 50 questões, e um nível de dificuldade médio.

Fiz os vestibulares na seguinte ordem: ENEM, UNESP, FEI, UNICAM e FUVEST. O procedimento de cda um deles foi bem similar ao do ENEM, com a diferença sendo, como eu já citei, a dificuldade. A prova da FUVEST foi destruidora. Questões realmente difíceis, muitas delas respondi sem ter certeza. Essa era a prova mais importante para mim, pois o que eu queria mesmo era a USP, e por isso sai do primeiro dia de prova bem desanimado, não achando que havia tido um bom desempenho.
No fim das contas, o saldo foi positivo: fui para a segunda fase em todos os vestibulares que prestei, além de ter passado na FEI também. Aqui, darei uma breve explicação sobre as segundas fases: diferentemente das primeiras, estas se tratam de provas dissertativas, ou seja, não existem alternativas para “escolher“. É necessário que você redija as respostas de cada questão, sejam elas de qual matéria for. No caso das questões de exatas, é necessário que se deixe todos os cálculos que foram utilizados na resolução dos problemas. Resumindo, essas são as verdadeiras provas FODAS. Não tem chute. Ou você sabe responder/resolver a questão, ou não sabe.

As segundas fazes foram de dezembro de 2013 à janeiro de 2014. Não lembro bem em qual ordem foram, mas vou arriscar: UNESP, UNIFESP, FUVEST e UNICAMP,  as duas últimas nas duas primeiras semanas de janeiro de 2014, respectivamente. As provas de segunda fase são bastante difíceis, apesar de serem constituídas por menos questões e haver um tempo razoável para suas resoluções. Obviamente a mais complicada foi a da FUVEST, com questões dificílimas. A única prova da qual eu sai com uma certa confiança foi a da UNESP. Fiz os 3 dias de provas e sai satisfeito, com reais esperanças de conseguir a vaga. No caso da USP, UNICAMP e UNIFESP, não sai muito confiante. Os resultados levariam cerca de 3 semanas para sairem, e até então, me restava apenas esperar. Havia concluído a tarefa que eu havia proposto à mim mesmo, pouco mais de 2 anos antes.

E agora? Bom, já que não havia mais o que fazer até saírem os resultados, eu PRECISAVA de um descanso. E eu tive esse descanso, adivinhem onde? :P
No próximo post, falarei sobre meu curto descanso no Japão e os tão aguardados resultados dos vestibulares.

Um abraço à todos!